Por que os candidatos sumiram?

Nas últimas décadas, o mercado de trabalho brasileiro passou por uma transformação profunda. Se, no passado, era comum que um profissional permanecesse 10 anos ou mais em uma mesma empresa, hoje a realidade é completamente distinta: a média de permanência dificilmente ultrapassa 2 anos.

Essa mudança não ocorreu por acaso. Ela está ligada a fatores culturais, sociais, econômicos e também ao novo papel do trabalho na vida das pessoas.

Muitos gestores e empresários ainda se perguntam: “Por que os candidatos somem dos processos seletivos?” ou “Por que é tão difícil reter bons talentos atualmente?”. A resposta exige compreender que estamos diante de uma nova lógica de carreira e, sobretudo, de um choque de expectativas entre empresas e profissionais.

O desaparecimento dos candidatos: o que está por trás?

O famoso “ghosting” dos candidatos — quando desaparecem repentinamente de processos seletivos sem aviso — é hoje uma realidade no recrutamento. Isso ocorre por diferentes razões:

1. Maior acesso à informação e às oportunidades – Com plataformas digitais, redes sociais e marketplaces de vagas, os profissionais conseguem aplicar para diversas oportunidades ao mesmo tempo. Isso aumenta a probabilidade de abandonarem processos que não estejam alinhados com suas expectativas ou que apresentem etapas longas e burocráticas.

2. Busca por propósito e alinhamento – As novas gerações, em especial os jovens da Geração Z, priorizam ambientes que ofereçam desenvolvimento, flexibilidade, cultura inclusiva e clareza de propósito. Quando percebem que esses valores não estão presentes, optam por se desligar silenciosamente.

3. Concorrência acirrada entre empresas – Em áreas como tecnologia, marketing digital e inovação, a procura por talentos é maior que a oferta. Isso dá ao candidato o poder de escolha, invertendo a lógica tradicional em que a empresa detinha todo o controle do processo.

4. Processos seletivos desgastantes – Seleções longas, mal estruturadas ou sem retorno adequado acabam desmotivando candidatos, que preferem investir energia em processos mais objetivos e respeitosos.

A baixa permanência: uma realidade do nosso tempo

A baixa permanência nas empresas não é fruto de descompromisso, como muitos líderes ainda acreditam. Trata-se de um reflexo do próprio mercado.

No passado, a estabilidade era um valor inegociável. Crescer dentro de uma única organização era sinônimo de sucesso.

Hoje, a carreira se tornou não-linear: profissionais buscam experiências diversas, valorizam a aprendizagem contínua e estão mais atentos à sua saúde mental, qualidade de vida e crescimento acelerado.

Segundo pesquisas de tendências de trabalho, a rotatividade voluntária está cada vez mais associada à busca por novos desafios e condições mais atrativas, não apenas ao fator salarial. Permanecer muito tempo em uma mesma empresa, para alguns profissionais, pode até ser interpretado como estagnação.

O descompasso entre empresas e profissionais

Enquanto isso, muitas empresas ainda insistem em buscar candidatos que demonstrem estabilidade de longo prazo, como se fosse possível reproduzir a lógica de décadas anteriores. Essa postura gera alguns reflexos preocupantes:

• Dificuldade em atrair talentos – Processos seletivos que exigem “histórico de longa permanência” acabam excluindo candidatos altamente qualificados, mas que refletem a nova realidade de carreira.

• Perda de competitividade – Ao ignorar a dinâmica atual, organizações deixam de se posicionar como ambientes modernos e atrativos.

• Choque cultural interno – Quando contratam esperando lealdade incondicional, mas enfrentam desligamentos após poucos anos, gestores interpretam isso como falta de comprometimento, em vez de rever práticas de gestão de pessoas.

Novas perspectivas: o que fazer?

Aceitar a mudança é o primeiro passo. Profissionais não são menos competentes ou engajados por permanecerem menos tempo em um emprego. A permanência curta pode significar rapidez de aprendizado, diversidade de experiências e adaptabilidade.

As empresas que desejam prosperar nesse cenário precisam:

1. Rever seu modelo mental de retenção – O objetivo não deve ser simplesmente “reter” a qualquer custo, mas sim oferecer jornadas de carreira significativas enquanto o talento permanecer.

2. Investir em cultura organizacional – Ambientes que oferecem aprendizado, reconhecimento, autonomia e propósito conseguem engajar pessoas por mais tempo.

3. Adotar flexibilidade e diálogo – Profissionais querem ser ouvidos e ter espaço para equilibrar vida pessoal e profissional.

4. Focar na experiência do colaborador – Da mesma forma que investem na experiência do cliente, empresas devem garantir que os talentos vivam uma experiência positiva dentro da organização.

Os candidatos não sumiram porque perderam o interesse no trabalho. Eles sumiram porque mudaram seus critérios de escolha e agora buscam relações profissionais mais dinâmicas, humanas e conectadas a seus valores pessoais.

Do mesmo modo, a permanência curta não é sinal de instabilidade, mas de uma nova forma de viver a carreira. As empresas que entenderem essa mudança sairão na frente: atrairão os melhores talentos, ainda que por períodos menores, e colherão resultados mais consistentes no médio e longo prazo.

Ignorar essa realidade, por outro lado, significa insistir em um modelo ultrapassado — e, inevitavelmente, perder relevância no mercado.

Realizamos os processos seletivos com respeito e humanização ao candidato e a empresa. Nosso processo possui cinco etapas:

Etapa 1 – Iniciamos com o alinhamento da vaga e finalizamos esta etapa com a formalização do perfil.

Etapa 2 – Abertura e divulgação da vaga.

Etapa 3 – Captação, triagem, entrevista inicial e por competência e análise de perfil comportamental.

Etapa 4 – Envio das documentações à empresa cliente (currículo, perfil comportamental e relatório da psicóloga responsável) e agendamento da entrevista.

Etapa 5 – Escolha do candidato, finalização da vaga e retorno a todos os candidatos.

Vamos conversar? (31) 99176-9861 gestao@duoconsultoriadc.com.br

#RecursosHumanos #GestãoDePessoas #RecrutamentoESeleção #RH #EmployeeExperience #TendênciasRH #FuturoDoTrabalho #DuoConsultoriaDC

Esperamos sua Visita

Este site armazena cookies em seu dispositivo. Usamos cookies para melhorar a sua experiência.

Leia nossa  Política de Privacidade. 

© 2025 | Direitos reservados DUO